A Mulher Aranha, também conhecida como Avó Aranha, é uma figura de criação de muitas culturas nativas americanas. A Mulher Aranha aparece como uma velha sábia que guia as pessoas à sabedoria e ao conhecimento. Ela criou o mundo com seus pensamentos e canções. E ela mostra as conexões na vida como as conexões através dos muitos raios de sua teia. A Mulher Aranha sussurra em nosso ouvido o caminho que devemos trilhar para uma melhor compreensão de nós mesmas e de nosso lugar no mundo. Se você seguir seus valiosos conselhos, seus pés ficarão seguros e seu caminho será verdadeiro.
Na Grande Teia da Vida, todas as coisas estão inter-relacionadas, pois cada coisa é parte do Todo. É parte do grande Mistério.
Na mitologia dos nativos americanos a Mulher Aranha (ou Avó Aranha) é a Tecelã Sagrada. Aquela que criou e teceu a Grande Teia da Vida. Ela é protetora de todas as criaturas.
Segundo os nativos, ela é velha como o Tempo e jovem como a Eternidade.
A Mulher Aranha – chamada Tse Che Nako pela Tribo Hopi ou Avó Aranha pela maioria das tribos norte-americanas é a guardiã da sabedoria sagrada. Sua Teia é atemporal e contém o passado, o presente e o futuro.
Tanto pode se apresentar como uma jovem, uma anciã, quanto como uma Aranha que revela seu conhecimento sussurrando no ouvido daquele que sabe ouvi-la.
Segundo a tradição Hopi, a Mulher Aranha teceu dois fios prateados, um ligando o Leste ao Oeste, o outro unindo o Norte ao Sul, criando a Estrada da Vida (o Caminho Vermelho).
Depois de tecer estes fios, a Avó Aranha cantou uma canção criando, a partir do som, as suas filhas gêmeas Ut Set e Nau Ut, que trouxeram o Sol, a Lua, as Estrelas e o movimento da Terra.
A Mulher Aranha foi tecendo a sua criação. Criou a vegetação, pássaros e todos os animais.
No barro ela modelou as quatro raças dos homens. O povo vermelho, o povo branco, o povo amarelo e o povo negro.
Teceu então, uma teia feita de amor e sabedoria e amarrou os fios prateados nas cabeças dos homens (chacra coronário), ensinando-os que esta seria a maneira de manterem a conexão com Ela para receberem sua sabedoria espiritual.
Os Hopi chamam este fio de kopavi. É através dessa conexão que o homem entra em contato com a espiritualidade, com seu próprio poder criador e com a Energia Cósmica Universal (Orenda para os nativos americanos). Para eles foi a Mulher Aranha- chamada Koyangwuti, quem ensinou às mulheres a tecer, a arte da cestaria e da cerâmica e, aos homens ela ensinou como plantar e cuidar da terra.
As anciãs (avós) da tribo Navajo reverenciam a Avó Aranha porque ela ensinou-os a ler e a tecer..
Na mitologia Navajo, a Mulher-Aranha não apenas ajudou a criar o mundo, ela também ajudou aqueles que procuraram sua ajuda. Quando o povo Navajo se preocupou em sobreviver ao inverno violento, a Mulher-Aranha ensinou as mulheres a usar lã de ovelha para fazer fios, tingir e tecer em lindos tapetes. Os moradores usaram os tapetes para aquecer suas casas e venderam o resto, conseguindo assim chegar à primavera.
Segundo a Sabedoria Ancestral de muitos dos povos nativos do planeta, a Avó Aranha é a guardiã ancestral das linguagens e alfabetos primordiais formados por linhas geométricas e ângulos presentes nas suas teias (A Sagrada Geometria). Sua Teia é uma teia brilhante de relações espirituais, humanas e ecológicas que se tornou invisível no mundo contemporâneo.
A Avó Aranha é uma metáfora para o fato de que TODA a Criação provém de uma fonte primordial, uma matriz, uma rede que segue o mesmo padrão geométrico, cujos fios estão ligados uns aos outros e a origem.
Sua Teia representa a Grande Matriz da nossa realidade – A Teia da Vida ou a Teia de Luz. Tudo o que afetar a Teia afetará a todos, pois estamos todos conectados.
Os nativos americanos acreditam que a Avó Aranha está sentada no centro do Universo.
Ela é a força feminina de toda a criação, que une a todas as nações, todas as tribos, todas as famílias galácticas e todas as realidades em sua Teia de Luz.
Irene Carmo Pimenta
TEXTO: Irene Carmo Pimenta
Imagens: Internet:
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