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Alguns antropólogos dizem que o urso foi um dos primeiros animais a ser reverenciado pelos humanos. O urso como animal espiritual ou totem é um dos mais antigos animais venerados. Restos de ursos foram encontrados em muitos sítios arqueológicos na Europa, especialmente, onde ossos e crânios de urso foram encontrados junto com ossos humanos que datam dos Neandertais.

Diz-se que os vikings usavam peles de urso em tempos de guerra para assustar seus inimigos. Eles pareceriam tão poderosos quanto esses animais selvagens. Os ursos simbolizam o espírito guerreiro e a coragem para lutar. O espírito do urso seria invocado para ajudar os guerreiros na batalha.

Na Grécia e na Roma antigas, o urso era um animal totêmico associado à Deusa Ártemis e Diana, deusas da fertilidade. Em contraste, para os celtas, o urso representaria o sol.

Urso tem sido uma figura presente em muitas culturas nativas. As crenças afirmam que o poder do Grande Espírito vive através do urso, tornando-os guias. Essa crença levou a uma constelação ser nomeada em sua homenagem, a Ursa Maior. Algumas tradições veem o Urso  como o espirito guardião da Direção Oeste,  na Roda de Cura, lugar que fala das colheitas abundantes e da maturidade (a colheita emocional).

 

O SIMBOLISMO DO URSO NOS SONHOS

Os sonhos são nossas mentes subconscientes comunicando-se conosco usando a linguagem dos símbolos. O urso armazena os ensinamentos dos sonhos até que o sonhador acorda para eles. É na Morada dos Sonhos que nossos ancestrais se reúnem em conselho, para nos mostrar os caminhos alternativos que levam aos nossos objetivos. Se você gosta de ursos, talvez você deva olhar em alguns livros sobre interpretação de sonhos, especialmente se você sonha muito. Se você precisa de muito sono, pode estar trabalhando com a força do urso. Esta energia feminina receptiva, durante séculos trouxe profecias a visionários, místicos e xamãs.

Na Psicologia Junguiana o urso representa o perigo causado pelos conteúdos incontroláveis do inconsciente e por causa disto é frequentemente associado como um atributo do homem cruel e rude. A energia do urso é a energia que procura a sua verdade mais profunda, e com a descoberta desta verdade somos agraciados com o mel da vida – a doçura que vem com o saber de quem realmente somos.

NATIVOS AMERICANOS

O símbolo do urso é um dos sinais mais comuns nas tribos nativas americanas. Acredita-se que este animal tenha poderes mágicos e uma importante medicina de cura. Eles o veem como um símbolo de força e sabedoria e evocam o espírito do urso em várias cerimônias sagradas.

Essas crenças são moldadas pela capacidade desse animal de continuar lutando mesmo depois de ter sido ferido e, portanto, considera-se que ele pode se curar. As tribos Pueblo associam o significado do urso à cor azul e o veem como o guardião da Direção Oeste. Os Zunis criam um totem de urso desenhando-o na pedra para fornecer-lhes boa sorte e proteção. O simbolismo do urso está presente em muitos amuletos, colares, principalmente quando se trata de sua garra, e é usado para levar força e poder aos guerreiros.

 

SIMBOLISMO DO URSO NO LESTE EUROPEU E NA CULTURA VIKING

Para os sérvios Bauk (em sérvio: Баук) é uma criatura mítica de forma animal na mitologia sérvia. Bauk é descrito como se escondendo em lugares escuros, buracos ou casas abandonadas, esperando agarrar, carregar pra longe e devorar sua vítima; mas pode ser assustado para fora por luz e barulho. Interpretação dos atributos de bauk leva à conclusão de que bauk é na verdade a descrição de ursos reais, que já tinham sido regionalmente extintos em algumas partes da Sérvia e conhecidos apenas como uma lenda.

Um tipo de amuleto muito difundido na Era Viking, tanto na área finlandesa quanto nas ilhas britânicas, era o uso de dentes de ursos – tanto imitações em bronze quanto peças originais. Supunha-se que continham propriedades mágicas, relacionada à captura do espírito dos ursos.

O URSO NA MITOLOGIA E NO XAMANISMO CELTA

A tradição celta afirma que a Mãe Primal é a DEUSA URSO “ARTIO”, uma protetora feroz. O urso também está associado à Deusa Ártemis. Aqueles que andam ou vivem em áreas onde moram ursos sabem – ou podem aprender rapidamente – que o animal mais perigoso na floresta é uma mãe ursa protegendo seus filhotes.

A “DEUSA URSA” ARTIO

Atribuições: Deusa da abundância, da transformação e da vida selvagem.

O nome é derivado da palavra do idioma gaulês artos, urso. Outras línguas célticas têm palavras semelhantes, tais como Irlandês antigo art, galês arth – que também podem ser a origem do nome moderno Arthur. Artio (Dea Artio na religião galo-romana) foi uma deusa urso céltico . Evidência de seu culto tem sido notadamente encontrada em Berna (Suíça) cujo nome, de acordo com a lenda, é derivado da palavra Bär, “urso”.

Os registros mais antigos de Artio são de 450 EC., mas sua origem pode ser ainda mais antiga: em toda a Europa foram encontrados crânios e ossos de ursos arrumados em nichos dentro de cavernas. Os ancestrais dos Celtas que chegaram à Europa foram os Helvetii, que cultuavam uma Deusa que era referida como “A Ursa”.

Essa tribo, eventualmente, foi tomada pelo império romano, mas podemos ver que o culto à Deusa sobreviveu inclusive ela foi absorvida por outra entidade dentro daquele panteão: A Deusa Diana (ou Ártemis, na Grécia).

O gelo derrete em forma de cascata dos picos das montanhas, encontrando rios brancos em direção ao mar gelado. Se endireitando lentamente, como idosos, as árvores e fauna da vegetação rasteira, livres do peso da neve, procuram os raios do sol. É primavera, o mundo acordou das trevas e morte para crescer verde novamente. Sua hibernação acabou. Com a pela molhada pela chuva, Artio, a deusa Ursa, ruge sob o frio ar da manhã. Ela é a guardiã do ciclo. Não da passagem do tempo, mas do equilíbrio das coisas. Não existe primavera sem inverno, não existe morte sem vida, trevas sem luz, bem sem mal. A natureza cria as leis destes opostos, e Artio é a quem as mantém. Entre os ursos ela corre, às vezes em forma de mulher, ágil e selvagem, às vezes como urso, marrom e feroz. Em nenhum lugar da floresta são encontrados templos em seu nome, pois Artio é menos venerada, e mais respeitada. Talvez, ela se encontre nos céus, com uma presença constante no brilho das estrelas, uma conexão com a luz brilhante, na constelação da Ursa Maior.

 

A DEUSA URSO ARTIO COMO SÍMBOLO DE RENOVAÇÃO

A ursa fêmea normalmente passa a hibernação grávida, para dar à luz na primavera. Dentro do simbolismo xamânico, o período de hibernação gestante no inverno simboliza a jornada em meio às trevas e o nascimento do filhote no início da primavera simboliza o retorno à luz com o conhecimento obtido durante a estação. Isso também simboliza um ciclo de transformação.

O período da primavera é escolhido instintivamente pela mãe urso, pois é a época em que o alimento está mais abundante, e seus filhotes terão mais três estações com fartura para fortificar-se. Daí se dá, também, a benção da Deusa Artio, que renova a terra com vida ao final do inverno. Quando Artio acorda de seu sono invernal, ela destrói o frio com calor e luz, trazendo abundância ao mundo novamente.  Os celtas costumavam invocar a Deusa Urso durante a Lua Crescente, oferecendo frutas frescas que eram distribuídas para que seus desejos frutificassem e atraíssem a felicidade.

 

MITOLOGIA INUIT –

Para o povo Inuít, o urso é um poderoso animal ou totem. Em algumas crenças, é dito que se um caçador inuít aceita ser comido por um urso, ele pode reencarnar como um xamã e carregar o espírito desse animal. O urso polar é considerado o “Mestre Sábio”, pois mostra como sobreviver em condições adversas.

Para o povo Inuít, o urso é um poderoso animal ou totem. Em algumas crenças, é dito que se um caçador inuít aceita ser comido por um urso, ele pode reencarnar como um xamã e carregar o espírito desse animal. O urso polar é considerado o “Mestre Sábio”, pois mostra como sobreviver em condições adversas.

 Curiosamente, na Sibéria, o nome usado para designar as mulheres xamãs é o mesmo que a palavra “urso”. Na América do Norte, na tradição Inuít, o espírito animal do urso também está conectado à tradição Xamânica e às mulheres.

 

NANOOK, O MESTRE DOS URSOS –

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A Medicina dos Animais

O Espirito Animal

TEXTO: Irene Carmo Pimenta

Imagens: Internet:

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