KIRON*
Os dicionários dão à palavra “terapia” uma conotação que corrobora a visão mecanicista da medicina ocidental contemporânea:
“Terapia é o exercício da terapêutica” que segundo o dicionário Aurélio significa “a parte da medicina que estuda e põe em prática os meios adequados para aliviar ou curar os doentes”. Ou ainda, segundo o dicionário Michaelis: “1. Parte da Medicina que se ocupa da escolha e administração dos meios de curar doenças e da natureza dos remédios. 2. Tratamento das doenças.” No dicionário da Webster, em “therapeutic” lê-se “that part of medical science which treats of the discovery and application of remedies for diseases” (a parte da medicina que se trata da descoberta e aplicação dos remédios para doenças).”
Sem querer entrar em uma polêmica vernacular, não posso deixar de refletir que a origem da palavra “terapeuta” vem do grego “therapeutés” que significa servidor, curador. Já o termo “holismo” – originário do grego, holos – significa todo.
Eu “traduziria”, então, a expressão “terapeuta holístico” como alguém a serviço da cura do todo ou o que busca formas de cura visando não somente as partes, mas a totalidade. Da mesma forma que o homem moderno define a palavra ignorando a sua raiz (ou seja a sua origem), o modelo de cura praticado atualmente pela medicina (principalmente a ocidental), trata os efeitos sem preocupar-se com as causas que levam o ser humano a adoecer. Vê o corpo humano apenas pela sua dimensão física, ignorando toda uma estrutura de campos energéticos sutis que influenciam diretamente o corpo físico.
A abordagem integrativa (holística) encara o ser humano na sua totalidade. Um organismo multidimensional, constituído não só de sistemas físicos/celulares mas como uma dinâmica combinação de campos energéticos interconectados, influenciando-se mutuamente.
O paradigma holístico de cura reconhece que campos energéticos permeiam e afetam a matéria e as suas intervenções terapêuticas objetivam atuar sobre esses sistemas energéticos sutis, pois reequilibrando esses campos, regulam a fisiologia celular a partir de um nível mais elevado do funcionamento humano. Reconhece que um desequilíbrio nesses campos pode produzir sintomas patológicos que se manifestarão nos planos físico, emocional, mental e espiritual.
Longe de ser um conceito esotérico (coisas de místicos, crendices, etc.), o paradigma holístico de cura baseia-se em princípios fundamentados pela física há mais de um século. Conceitos que já eram amplamente discutidos pelas tradições espiritualistas antigas.
O papel do terapeuta no paradigma holístico não é o de “substituto do medico”. É o de colaborador no processo de cura, um braço complementar, devendo este estar consciente dos limites do seu campo de atuação. A sua função não é substituir a medicina tradicional, desconsiderando tudo o que a ciência comprova.
Tendo consciência de que a eficácia das tecnologias médicas atuais pode ser significativamente aumentada através de terapias complementares, o terapeuta holístico coloca-se, então, como um “braço complementar”, um facilitador do processo (não importa se terapeuta floral, reikiano, aromaterapeuta, cromoterapeuta, etc.).
O terapeuta consciente sabe que para exercer o seu “sacro-ofício” deve obrigatoriamente estudar a anatomia sutil dos seres humanos, bem como a relação dessa anatomia com a parte física.
Se espiritualista, o terapeuta consciente sabe que ao estudar, buscando o conhecimento com sabedoria e discernimento, estará em melhores condições de mediar o trabalho dos curadores extra físicos que se utilizam dele como “ponte” no auxílio que prestam à humanidade encarnada
Mas, acima de tudo, o terapeuta consciente sabe que ser “terapeuta holístico”, longe de ser um modismo de “Nova Era”, é um compromisso de amor. É ter, antes de tudo, uma postura reverente e amorosa diante daqueles que o procuram em busca de “ferramentas” para lidar com suas dores, seus conflitos e angústias, ajudando-os através do “Conhece-te a ti mesmo”, a fazerem o que os gregos chamavam de “metanóia”, ou seja, a transformação interna.
Pois como dizia Edward Bach: “Não existe cura autêntica, a menos que exista uma mudança de perspectiva, uma serenidade mental e uma felicidade interna.”
Amor, Paz e Luz nos caminhos de todos!
Irene Carmo Pimenta
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KIRON*
Os dicionários dão à palavra “terapia” uma conotação que corrobora a visão mecanicista da medicina ocidental contemporânea:
“Terapia é o exercício da terapêutica” que segundo o dicionário Aurélio significa “a parte da medicina que estuda e põe em prática os meios adequados para aliviar ou curar os doentes”. Ou ainda, segundo o dicionário Michaelis: “1. Parte da Medicina que se ocupa da escolha e administração dos meios de curar doenças e da natureza dos remédios. 2. Tratamento das doenças.” No dicionário da Webster, em “therapeutic” lê-se “that part of medical science which treats of the discovery and application of remedies for diseases” (a parte da medicina que se trata da descoberta e aplicação dos remédios para doenças).”
Sem querer entrar em uma polêmica vernacular, não posso deixar de refletir que a origem da palavra “terapeuta” vem do grego “therapeutés” que significa servidor, curador. Já o termo “holismo” – originário do grego, holos – significa todo.
Eu “traduziria”, então, a expressão “terapeuta holístico” como alguém a serviço da cura do todo ou o que busca formas de cura visando não somente as partes, mas a totalidade. Da mesma forma que o homem moderno define a palavra ignorando a sua raiz (ou seja a sua origem), o modelo de cura praticado atualmente pela medicina (principalmente a ocidental), trata os efeitos sem preocupar-se com as causas que levam o ser humano a adoecer. Vê o corpo humano apenas pela sua dimensão física, ignorando toda uma estrutura de campos energéticos sutis que influenciam diretamente o corpo físico.
A abordagem integrativa (holística) encara o ser humano na sua totalidade. Um organismo multidimensional, constituído não só de sistemas físicos/celulares mas como uma dinâmica combinação de campos energéticos interconectados, influenciando-se mutuamente.
O paradigma holístico de cura reconhece que campos energéticos permeiam e afetam a matéria e as suas intervenções terapêuticas objetivam atuar sobre esses sistemas energéticos sutis, pois reequilibrando esses campos, regulam a fisiologia celular a partir de um nível mais elevado do funcionamento humano. Reconhece que um desequilíbrio nesses campos pode produzir sintomas patológicos que se manifestarão nos planos físico, emocional, mental e espiritual.
Longe de ser um conceito esotérico (coisas de místicos, crendices, etc.), o paradigma holístico de cura baseia-se em princípios fundamentados pela física há mais de um século. Conceitos que já eram amplamente discutidos pelas tradições espiritualistas antigas.
O papel do terapeuta no paradigma holístico não é o de “substituto do medico”. É o de colaborador no processo de cura, um braço complementar, devendo este estar consciente dos limites do seu campo de atuação. A sua função não é substituir a medicina tradicional, desconsiderando tudo o que a ciência comprova.
Tendo consciência de que a eficácia das tecnologias médicas atuais pode ser significativamente aumentada através de terapias complementares, o terapeuta holístico coloca-se, então, como um “braço complementar”, um facilitador do processo (não importa se terapeuta floral, reikiano, aromaterapeuta, cromoterapeuta, etc.).
O terapeuta consciente sabe que para exercer o seu “sacro-ofício” deve obrigatoriamente estudar a anatomia sutil dos seres humanos, bem como a relação dessa anatomia com a parte física.
Se espiritualista, o terapeuta consciente sabe que ao estudar, buscando o conhecimento com sabedoria e discernimento, estará em melhores condições de mediar o trabalho dos curadores extra físicos que se utilizam dele como “ponte” no auxílio que prestam à humanidade encarnada
Mas, acima de tudo, o terapeuta consciente sabe que ser “terapeuta holístico”, longe de ser um modismo de “Nova Era”, é um compromisso de amor. É ter, antes de tudo, uma postura reverente e amorosa diante daqueles que o procuram em busca de “ferramentas” para lidar com suas dores, seus conflitos e angústias, ajudando-os através do “Conhece-te a ti mesmo”, a fazerem o que os gregos chamavam de “metanóia”, ou seja, a transformação interna.
Pois como dizia Edward Bach: “Não existe cura autêntica, a menos que exista uma mudança de perspectiva, uma serenidade mental e uma felicidade interna.”
Amor, Paz e Luz nos caminhos de todos!
Irene Carmo Pimenta
*NOTA: Kiron é o centauro mitológico. O arquetipo do curador, do terapeuta. É o “medico primogenito”, uma figura meio humana, meio animal. Tem como fonte do seu saber médico uma ferida incurável na anca, lugar de suas forças incontroláveis (onde une o lado humano e o lado instintivo). A compreensão da sua própria dor ajudou-o a ensinar a curar.
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