Um belo dia João ganha de presente uma linda plantinha…
Olha para ela com extrema felicidade e gratidão! Ele sempre quis ter uma planta assim perto de si.
Colocou a plantinha em um lugar onde podia vê-la e todos os dias amorosamente vertia água sobre o vaso onde ela estava plantada. Sabia que se não fizesse isso ela morreria!
A plantinha crescia feliz! Tinha certeza que João continuaria cuidando dela e que cresceria forte. E pensava vibrando amor do seu coração vegetal:
“Crescerei forte e vou presenteá-lo com flores e lindas folhagens ! Amorosa e silenciosa irei transformar o seu gás carbônico em oxigênio. Serei para ele fonte de vida e de luz”.
E a plantinha não pedia nada além de um pouco d´água para continuar fazendo parte da vida de João.
É justo…O universo é baseado em trocas. Se não o fluxo de energia fica estagnado, cessa a evolução e a “morte” acontece.
Mas os dias passam tão rápidos e a vida nos cobra tanto não é mesmo? João estava sempre tão ocupado, tão agitado. Sempre tinha algo ou alguém mais importante para ele cuidar…
Além disso, no seu dia a dia começaram a aparecer novas plantas. Com cores diferentes, aromas exóticos. Sabia que duravam poucos, que eram apenas “plantas artificiais”. Mas eram bonitas e pareciam tão interessantes…E nem precisavam de água…
Aquela plantinha que o alegrou um dia já não parecia tão importante…Ela simplesmente “estava” ali e João não dava mais a ela a mínima atenção.
Água? Nem pensar, João não tinha tempo!
– É tudo tão corrido…( pensava ele, tão envolvido na roda viva da vida). Além disso, existiam novas plantas em volta dele…(afinal é a novidade que movimenta a vida – pensava João).
Mesmo assim, a plantinha ainda tentava valentemente sobreviver. Tentava extrair o alimento da umidade do ar. Oferecia a João algumas flores – mostrando a ele a gratuidade do seu amor.
Mas João estava tão acostumado a receber os dons da plantinha sem ter que “trocar” com ela, que esqueceu de oferecer a ela a “água da vida”. E a plantinha acabou morrendo!
Um dia um daqueles “amigos legais” que costumam freqüentar a casa de João (pra “filar” uma pizza ou pedir algum emprestado) diz quase displicentemente;
– “João, e aquela plantinha que ficava ali?”
João então lembra da plantinha e vai olhar o vaso (provavelmente jogado na área de serviço). Percebe então que ali só existe um pouco de terra árida e sem vida. A plantinha não existe mais.
E o seu amigo diz:
– Puxa que pena. Era um raro exemplar de amigussincerus – uma espécie em extinção. Ela morreu por quê?
Uma profunda tristeza tocou a alma de João, e disfarçando as lágrimas ele respondeu:
– “Porque eu esqueci de dar água”.
AFETOS SÃO COMO PLANTINHAS. SE VOCÊ ESQUECER DE CUIDAR DELES ELES COM CERTEZA NÃO SOBREVIVERÃO!
Irene Carmo Pimenta
(Primavera de 2008)
TEXTO: Irene Carmo pimenta
Imagens: Internet:
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