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XAMÖ Palavra fácil de pronunciar, difícil de definir…

Na visão antropológica, o xamã é “… uma espécie de curandeiro ou sacerdote tribal. O mediador entre o mundo espiritual e o mundo dos homens, capaz de transitar por esses dois universos”.

A ORIGEM DA PALAVRA XAMÃ

A palavra xamã, usada internacionalmente, atingiu o vocabulário etnológicos através do russo, do tungue-manchu: saman (derivado do verbo Scha, “saber”). Assim xamã significa alguém que sabe. Um sábio. Tentou-se explicar o termo tungue a partir do páli; “schamana” (traduzida para algo como “monge, asceta”). Outras pesquisas etnológicas mostram que a verdadeira origem da palavra Shaman pode ser o sânscrito “sramana”.

Nas outras línguas do centro e do norte da Ásia, os termos correspondentes são: em Yaculto: Ojon (o e o xamã do sexo feminino udujan), Mongol: bügä, bögä (buge, bü), Ugadan (também o buriate udayan e o iacuto udoyan, a “mulher-xamã”), Turco-tártaro: kam, Altaico: kam, Gam, kami etc.. No Butirates, Boo, e na Ásia Central, Bakshi. Para os samoanos, tadibe. Para os lapões, moita, finlandês: tieöjö e húngaros: táltos.

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XAMANISMO NÃO É ESPIRITUALIDADE INDÍGENA

Embora os nativos de todo o mundo pratiquem essa “Medicina da Terra”. Quando se ouve a palavra “xamanismo”,
a maioria das pessoas imagina cocares, couro de búfalo, rodas medicinais, filtros dos sonhos (imagens associadas à cultura Nativa Americana).
Muitos Nativos americanos desconhecem o termo “xamã”, que foi cunhado por antropólogos para definir um conjunto de crenças ancestrais, que é um caminho de conhecimento, um caminho sagrado (tanto que para muitas nações da America, como a Grande Nação Sioux – o equivalente a xamã é o homem ou a mulher que cuida do sagrado ou homem/mulher da medicina).

 

“…As raízes do xamanismo são arcaicas, e alguns antropólogos chegam a pensar que elas recuam até quase tão longe quanto a própria consciência humana.As origens do xamanismo datam de 40.000 a 50.000 anos, na Idade da Pedra. Antropólogos têm estudado xamanismo nas Américas; do Norte, Central, Sul. Na África, entre os povos aborígines da Austrália, entre os Esquimós, na Indonésia, Malásia, Senegal, Patagônia, Sibéria, Bali, Velha Inglaterra e ao redor da Europa, no Tibete onde o xamanismo Bon segue a linha do Budismo Tibetano, em todos os lugares ao redor do mundo. Seus traços estão presentes nas Grandes religiões”. (Leo Artese)

O xamanismo strictu sensu é, por excelência, um fenômeno religioso siberiano e centro-asiático, que de maneira ainda por nós desconhecida, espalhou-se pelo mundo.

Precursor de todas as religiões, psicologias e filosofias conhecidas, o xamanismo em si é o conjunto de práticas e técnicas arcaicas ligadas à natureza, com o propósito de expandir a consciência para melhor. A sua principal característica é considerar que todas as criaturas são irmãs. Os nossos antepassados respeitavam a natureza, prestando atenção aos seus sinais, aplicando as suas leis nas suas vidas e atividades, vivendo em harmonia com o meio ambiente.
Os xamãs preservam um notável conjunto de antigas técnicas desenvolvidas ao longo dos séculos, usadas para obter e manter o bem-estar e a cura para eles próprios e para os membros das suas comunidades, possibilitando aos indivíduos aprenderem conscientemente a transpor o aparente abismo existente entre o mundo físico e as esferas da imaginação e da visão. Este conjunto de práticas e técnicas xamânicas revelam-se de muito semelhantes em todo mundo, mesmo para os povos cujas culturas e tradições são diferentes, e que, há milhares de anos, estão separados uns dos outros por oceanos e continentes.

A similaridade das práticas xamânicas em todas as partes do mundo (mesmo adaptadas a cada cultura), entre os esquimós, da Sibéria até a Patagônia, da China, Índia e o Tibet até as Américas, da Escandinávia até a África e a Austrália, sugere, ou que por meio de tentativas e erros os povos chegam às mesmas conclusões ou que elas vieram da mesma fonte.
O xamanismo abarca práticas de cura de ancestrais primitivas do mundo todo.

 

Não podemos definir o xamanismo como uma “religião” – na acepção exata do termo. O xamanismo é uma forma de “espiritualidade natural” que influenciou as religiões, e percebemos seus traços na maioria delas.
Segundo Leo Artese:

“…o xamanismo se insere de acordo com a crença espiritual/religiosa local. O xamanismo é um “fenômeno religioso”. Pode-se dizer que as religiões representam um xamanismo adaptado e que, por sua vez, afetaram as tradições xamânicas continuadas ou marginalizadas, nas culturas que dominaram.
As práticas, os mitos, as entidades dependem da tribo, linha, geografia, crenças…”

 

O NASCIMENTO DE UM XAMÃ

O xamã é escolhido a partir de um chamamento divino, por herança ou por aprendizagem. Em qualquer um destes casos, ele teria que passar por experiências iniciáticas e por uma árdua aprendizagem, na qual o futuro xamã experimentava a sua própria morte e renascimento, penetrando nos outros mundos, aprendendo a linguagem dos animais, das plantas, das pedras e encontrando os Guardiães e os Mestres das outras dimensões. Abrindo as portas da sua percepção, o xamã recebia os conhecimentos e o poder para ajudar e curar os outros. Ao final, o seu corpo é refeito, porém, sempre faltará um ossinho, perdido e jamais encontrado, para dar-lhe a dimensão da sua imperfeição e, portanto, de sua humanidade.
Para muitas culturas, o xamã era quem possuía a chave para penetrar no mundo dos espíritos e assim ser mediador entre a vontade dos Deuses e os homens. Sua posição de historiador, curador, sábio conselheiro e chefe espiritual não lhe eram outorgada ao acaso.
O candidato era identificado por determinados sinais que ia mostrando ao longo de sua infância e puberdade, que consistiam em sintomas físicos e psíquicos particulares: isolamento, convulsões, visões terríveis, enfermidades físicas desconhecidas, linguagem incoerente, etc. Por volta dos 15 anos era isolado em uma gruta e o submetido a uma rigorosa iniciação; provas que implicavam na confrontação com o mundo “profundo”. Nesta luta cruel se o candidato saía vitorioso, os elementais (espíritos da natureza) o serviam como aliados e intermediários com outros espíritos dotando-o de poderes curadores, do dom para interpretar sonhos, a capacidade para viajar de tempo e espaço, a magia para adotar formas animais diversas e o conhecimento curador das ervas. Ao fracassar na prova, seria vencido por estas mesmas forças sob forma de morte ou enfermidade, loucura e sofrimento constante.

 

Os xamãs não seguem nenhum dogma ou religião, todos acreditam na rede universal de poder que sustenta toda vida:A GRANDE TEIA DA VIDA.

IMPORTANTE: Qualquer pessoa pode aprender sobre a espiritualidade natural, sobre a filosofia contida no xamanismo, mas, ninguém vai se tornar “xamã” fazendo curso de xamanismo.

TEXTO: Teia de Luz

Imagens: Internet:

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